sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

A 1ª.linha férrea em Portugal...



Em 28 de Outubro de 1856, inaugurou-se o caminho de ferro de Portugal, com a 1ª linha férrea de Lisboa ao Carregado.

Desta inauguração transcrevo uma passagem do livro de memórias da Marquesa de Rio Maior (que à data era ainda criança ):

”Vou narrar o que me lembra do solene dia da inauguração que, enfim, chegou. Minha mãe não quis ir ao banquete do Carregado. Mas foi comigo para um cerro fronteiro à estação de Alhandra ver a passagem do comboio (….). Finalmente, avistámos ao longe um fumozinho branco, na frente de uma fita escura que lembrava uma serpente a avançar devagarinho. Era o comboio ? Quando se aproximou, vimos que trazia menos carruagens do que supúnhamos. O comboio parou por um momento na estação, de onde se ergueram girândolas estrondosas de foguetes (...).Só no dia seguinte ouvimos o meu pai contar as várias peripécias dessa jornada de inauguração. A máquina (...) não tinha força para puxar todas as carruagens que lhe atrelaram; e fora-as largando pelo caminho. Creio que se o Carregado fosse mais longe e a manter-se uma tal proporção, chegava lá a máquina sozinha ou parte dela. (...) Meu pai passou para a carruagem real, na qual chegou ao Carregado, onde assistiu aos festejos e comeu lautamente, porque o banquete era farto ".

Com esta inauguração, a máquina a vapor substitui as faluas do Tejo, e, gradualmente, os serviços regulares das carreiras da mala-posta.
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Esta é a estação do Carregado – Alenquer (Vala do Carregado) em que ainda se vê o edificio da estação, do lado direito, e que actualmente se encontra fechado, e a linha original que penso também já estar desactivada.
Quando lá fui fotografar (há anos que não passava por ali) estava completamente deserta.
Verifiquei que tudo estava mais moderno, o ir à bilheteira foi substituido por uma maquineta em que se coloca a moeda e sai o bilhete e, finalmente, uma voz gravada anuncia a chegada deste comboio e lá desceram uns passageiros.
Curiosamente, estava uma senhora a observar junto da velha estação, talvez a recordar tempos passados...