Alenquer é conhecida por “Vila Presépio” e deve isso ao presépio que desde 1968 é montado no ermo da colina que constitui a denominada "vila alta".
Com cerca de 20 peças, algumas de 6 metros de altura, representativas das figuras bíblicas, desde o Menino, Maria, José e Reis Magos, até aos pastorinhos com seus animais, devidamente orientados por dois anjos da guarda, o presépio constitui um dos ex-líbris da vila, em tempo de Natal.
Surgiu no âmbito de um conjunto significativo de benfeitorias levadas a cabo na sequência das dramáticas cheias de Novembro de 1967, que deixaram de luto e em ruína a zona ribeirinha da vila.
Estas cheias de 1967 foram a maior catástrofe natural que alguma vez se abateu sobre Alenquer. As águas chegaram a atingir mais de 3 metros de altura e os mortos atingiram a meia centena.
Foi um tempo de tragédia mas também de imensa solidariedade.
Esqueceram-se desavenças familiares, conflitos entre vizinhos, classes sociais e tudo o resto.
Todos se uniram em torno do mesmo objectivo, resgatar Alenquer da lama e dos destroços.
Chegaram a ser cerca de 3 mil pessoas a trabalhar nas operações de limpeza e recuperação.
Foi a maior onda de solidariedade em Alenquer.
Este presépio de Alenquer é o simbolo do amor e da união que despontou entre os alenquerenses e é isso que o faz tão especial.
Não se trata de uma acção de promoção, de marketing turistico, como alguns possam pensar, mas sim de um simbolo de solidariedade e Amor ao próximo.