quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Fábrica de Lanificios Chemina...


Fundada por uma sociedade em comandita, a COMPANHIA DE LANIFÍCIOS DA CHEMINA ficou a dever-se à iniciativa dos irmãos José Joaquim e Salomão dos Santos Guerra, depois gerentes do estabelecimento.
Com projecto de José Juvêncio da Silva – que também projectou os Paços do Concelho - começou a edificar-se em Abril de 1889, em terrenos da antiga quinta ou Casal da Chemina, de onde adoptou o nome.

Foi inaugurada em Junho de 1890.
Pouco tempo depois empregava 200 operários de ambos os sexos e fabricava, entre outros produtos, xales, casimiras, castorinas, cintas, barretes e cobertores.
Ao contrário das fábricas suas contemporâneas, opta apenas pela força de uma máquina de vapor, quando a sua situação, junto do rio, lhe poderia proporcionar o uso do sistema hidráulico.
Pouco tempo mais tarde a sociedade proprietária transforma-se em sociedade anónima.
Boa parte do capital está nas mãos de industriais e banqueiros do Porto, como Cândido Ribeiro da Silva e Carlos José Alves.
José e Salomão Guerra, para além de gerentes da fábrica, asseguravam a chefia das secções de acabamento e tecelagem.
Antes da fundação da Chemina, haviam exercido idênticos lugares nas fábricas da Romeira e “do Meio”, razão porque terão deixado a sua terra de origem, Arrentela, concelho do Seixal, outro importante centro de produção de lanifícios.
Meio século depois da fundação, em 1940, a FÁBRICA DE LANIFÍCIOS DA CHEMINA, S.A.R.L., continua a fabricar os mesmos produtos.
Tem sede no Porto, na Rua Formosa, e a gerência está ainda confiada a um Guerra, Isidoro de Castro Guerra, sobrinho dos fundadores.
Mas em 1948 é já outra empresa que explora o estabelecimento.
Chama-se então FÁBRICA BARROS, LDA..
Por pouco tempo.
Entre 1949 e 1952 permanece fechada, até que se forma outra empresa que a adquire: a EMPRESA LANIFÍCIOS TEJO, LDA., que a reequipa e põe a funcionar.
Em 1977 emprega 160 trabalhadores.
Em 1994, à beira do fecho definitivo, ocupando apenas parte dos edifícios, emprega apenas 15 a 20 operários.

Em 2000, o edifício principal sofreu um violento incêndio e ainda se encontra, infelizmente, num estado de decadência que me faz sentir pena cada vez que olho o edificio em ruinas.
Os prédios são hoje propriedade municipal.
Espero que o municipio encontre maneira de reconstruir e reaproveitar este belo edificio praticamente no centro da vila...