terça-feira, 29 de maio de 2007

Divino Espirito Santo - o retomar do Seu culto...


O culto do Espírito Santo, de acordo com o historiador português Moisés do Espírito Santo, tem origem na Antiguidade.
Entre os israelitas, a Festa de Pentecostes era celebrada cinquenta dias (sete semanas) depois da Páscoa, sendo uma das quatro festas importantes do calendário judaico: Páscoa, Omar, Pentecostes e Colheitas.Ela era conhecida, ainda, com nomes diferentes: das Ceifas, das Semanas, do Dom da Lei, e outros, tendo sido, primitivamente, uma festa agrária dos cananeus.
Entre os hebreus, o termo “shabüoth” faz referência à festa que começa cinquenta dias depois da Páscoa e marca o fim da colheita do trigo.
“A Festa do Divino é um eco das remotas festividades das colheitas".
Já o culto ao Espírito Santo, sob a forma de festividade, no sentido que iria adquirir mais tarde, tem início na Idade Média, em Itália, com um contemporaneo de São Francisco de Assis, o abade Joachim de Fiori (morto em 1202), que ensinava que a última fase da história seria a do Espírito Santo.
Em Portugal, no séc. XIV, a festa do Divino já se encontrava incorporada à Igreja, como festividade religiosa, segundo reza um velho pergaminho franciscano depositado na Camara Velha de Alenquer.
A responsável por essa institucionalização da festa em solo português foi a rainha Santa Isabel, esposa do Rei D. Diniz (1.279- 1.325), que mandou construir a Igreja do Espírito Santo, em Alenquer.

A primeira celebração do Império do Divino Espírito Santo, provavelmente influenciada pelos franciscanos, teria mesmo ocorrido em Alenquer pois foi aqui que os mesmos fundaram o primeiro convento franciscano em Portugal.
A partir dali o culto expandiu-se, primeiro por Portugal (Aldeia Galega, na época Montes de Alenquer, Sintra, Tomar, Lisboa) e depois acompanhou os portugueses nos descobrimentos, nomeadamente, no Brasil e nos Açores onde ainda permanece com todo o vigor, principalmente na ilha Terceira.

Há 200 anos que as festas do Divino Espirito Santo foram interrompidas em Alenquer e retomadas apenas uma única vez, em 1945.
Renasceram este ano de 2007 sob o lema "O Espirito Santo sopra onde quer", com inicio no Domindo de Páscoa e o final no Domindo de Pentecostes com a celebração solene na Igreja de S.Francisco, a Procissão e o Bodo, no Largo do Espirito Santo.
As origens medievais destas festas foram acentuadas na Procissão com gaitas de foles e tambores.
Representando as 16 freguesias do concelho, caminhavam camponeses, com cestas de pão e o vinho para servir no bodo.

Foi há sete séculos que se iniciou em Alenquer esta celebração, que durou 500 anos.
Que este retomar não se perca de novo e que Espirito Santo sopre sobre os responsáveis e lhes dê força e entusiasmo para continuarem por muitos anos.

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